Um esquema criminoso voltado ao roubo e abate clandestino de búfalos na região da constracosta de Soure, no arquipélago do Marajó, entrou na mira das autoridades neste último fim de semana. A ação foi conduzida por militares do 8º Batalhão do Marajó, que intensificaram o patrulhamento rural diante de indícios de atuação sistemática da quadrilha especializada em abigeato, crime que consiste no furto de gado.

As investigações levaram os policiais ao Rio Cauajó Grande, onde, segundo denúncias apuradas previamente,  estaria previsto o embarque clandestino de aproximadamente 90 búfalos furtados da Fazenda JILVA. Ao chegar ao local, os agentes localizaram um porto improvisado às margens do rio, nas proximidades do Retiro Lagoa, um ponto estratégico e de difícil acesso, que teria sido estruturado justamente para viabilizar a retirada dos animais sem chamar atenção.

No local, foram encontrados vestígios claros da atividade criminosa como: ossadas de búfalos e um corredor de cerca de 1 km de extensão, construído com arame galvanizado, provavelmente retirado da própria fazenda vítima do furto. A estrutura serviria para conduzir os animais até a área de embarque, o que reforça a suspeita de que o grupo atua com planejamento e conhecimento da região.

Durante varreduras nas imediações, os militares localizaram uma casa abandonada, aparentemente usada como ponto de apoio pelos criminosos. No interior do imóvel, foram apreendidos um rifle calibre .22 com 11 munições intactas e uma cartucheira calibre .16, armamentos que reforçam a tese de que o grupo atua fortemente armado para garantir o escoamento do gado roubado.

Apesar das evidências, nem a balsa utilizada para o transporte dos animais nem o rebanho foram localizados no momento da operação. A suspeita é de que o carregamento tenha sido realizado antes da chegada da guarnição, o que aponta para um possível vazamento de informação ou vigilância prévia por parte dos criminosos.

A ação evidencia a presença de grupos organizados atuando no campo, explorando brechas na fiscalização rural e utilizando táticas próprias do crime estruturado. O caso agora será investigado pela polícia judiciária, que deve aprofundar a apuração sobre os autores, possíveis receptadores e a rota utilizada para o escoamento dos animais.

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