Foto: Divulgação 


Em uma ação que revela a crescente sofisticação do crime organizado na Amazônia, a Polícia Militar do Pará, por meio do 8º Batalhão de Polícia Militar do Marajó, descobriu nesta semana um estaleiro clandestino em plena mata fechada no município de Soure. A operação, desencadeada após a apreensão de um barco submersível pela Polícia Federal, revelou indícios alarmantes de uma possível rede especializada na construção de embarcações submersíveis para fins ilícitos.


A guarnição do patrulhamento rural, em ronda pela contra costa do município, precisamente na região do igarapé da Glória, deparou-se com um acampamento isolado às margens de um afluente. O local, improvisado e estrategicamente camuflado pela vegetação, abrigava um verdadeiro estaleiro clandestino. No interior da estrutura foram encontrados três motores de grande propulsão da marca Yanmar, hélices de grandes dimensões, painéis de controle náutico e outros equipamentos marítimos, todos de alto valor e aplicação em embarcações de grande porte.


De acordo com fontes policiais, o material apreendido no acampamento ultrapassa o valor de R$ 4 milhões. A localização remota e de difícil acesso, dependente da tábua de marés, obrigou os policiais a permanecerem no local aguardando reforço de uma embarcação vinda da sede do batalhão, em Soure.


Enquanto se deslocavam com o material apreendido em direção à cidade, os militares avistaram duas embarcações em atitude suspeita. Ao perceberem a aproximação da lancha voadeira da PM, os tripulantes tentaram fugir, mas foram rapidamente interceptados. As embarcações, identificadas como São Pedro e Santa Maria, eram oriundas do município de Abaetetuba.


Durante a abordagem, foram encontrados produtos de contrabando oriundos do Suriname: 195 caixas de cigarro da marca MAC, 384 da marca Gift Box e 211 da marca Nise Baisha, totalizando aproximadamente 35 mil maços de cigarro. O valor estimado da carga, somado ao das embarcações utilizadas, chega a R$ 5 milhões.


Ao todo, seis homens foram detidos, três em cada embarcação, e encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Soure para os procedimentos legais cabíveis.


A operação reforça as suspeitas de que a região do arquipélago do Marajó está sendo usada como rota e base logística por organizações criminosas transnacionais. A apreensão do submersível pela Polícia Federal e a descoberta do estaleiro clandestino indicam que os criminosos podem estar ampliando suas capacidades para escapar da fiscalização pelas vias fluviais amazônicas.


A Polícia Militar e a Polícia Federal seguem com as investigações para identificar os responsáveis pela estrutura e o destino final dos equipamentos e produtos contrabandeados.


 

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